19 de fevereiro de 2014

Descontrolada (Unglued, de Lysa TerKeurst)

São os adolescentes que andam na calçada como se fossem donos da rua e ainda têm a coragem de me xingar porque um deles esbarrou em mim.
É encontrar cabelos espalhados pela pia, chão e banheira.
É ficar fazendo barulho quando estou tentando dormir para acordar cedo no dia seguinte.
É beber a água da garrafa e não completar com mais água (hello!).
É o motorista que não sinaliza pra onde vai virar.

A lista pode continuar indefinidamente, mas achei melhor parar por aqui, afinal pessoas normais não ficam fazendo listas de coisas que as irritam. Ou ficam?
Comecei essa lista em outubro do ano passado porque eu estava tentando entender porquê eu me irritava com tanta coisa pequena e boba. Foi bom olhar o que estava escrito, mas foi ruim ter que encarar que eu posso ser chata pra caramba.

Daí alguém me perguntou quais eram minhas resoluções de ano novo e eu disse nenhuma, quer dizer, controlar meu temperamento, mas já estou tentando fazer isso desde o final do ano passado, então não sabia se contava como resolução de ano novo.
A reação da pessoa:

Acho que tenho uma carinha de anjo hahaha.
A verdade é que eu estava perdendo o controle do monstrinho que vive dentro de mim. O monstrinho gritador e devorador de cabeças e que consegue ser mais feio que o macaquinho da imagem acima.

Foi então que ao ler a sinopse de Unglued, eu sabia que precisava ler esse livro URGENTEMENTE. Quanto mais "ajuda" eu tivesse seria melhor, não é? O que poderia dar errado?
Se você já tentou fazer autoanálise e tentou mudar algo em você mesmo, sabe que TUDO pode dar errado, e que geralmente são dois passos pra frente e três pra trás (O.o).


 
Título: Unglued*
Subtítulo: Making wise choices in the midst of raw emotions.
Autora: Lysa TerKeurst
Editora: Zondervan
Ano: 2012
Páginas: 199



God gave us emotions to experience life, not destroy it! Lysa TerKeurst admits that she, like most women, has had experiences where others bump into her happy and she comes emotionally unglued. We stuff, we explode, or we react somewhere in between. What do we do with these raw emotions? Is it really possible to make emotions work for us instead of against us? Yes, and in her usual inspiring and practical way, Lysa will show you how. Filled with gut-honest personal examples and biblical teaching, Unglued will equip you to: Know with confidence how to resolve conflict in your important relationships. Find peace in your most difficult relationships as you learn to be honest but kind when offended. Identify what type of reactor you are and how to significantly improve your communication. Respond with no regrets by managing your tendencies to stuff, explode, or react somewhere in between. Gain a deep sense of calm by responding to situations out of your control without acting out of control.


A autora basicamente vem me espionando desde sempre, porque pra saber quase tudo que eu sinto assim não é possível.
Tirando as partes sobre marido e os filhos, ela ficou falando de mim o tempo todo. O livro me fez sentir exposta, desconfortável, indignada, mas também aliviada, não sou a única a passar por isso, não sou a única que se sente desse jeito. E mais importante, a autora dá sugestões de coisas que podem nos ajudar (e que ela também faz) a não ficarmos loucas desvairadas porque alguém tocou na lente dos nossos óculos ou dobrou/riscou/sujou a página do nosso livro (novinho!), por exemplo.

Já na introdução somos apresentados ao que autora chama de "progresso imperfeito", que significa "mudanças imperfeitas, passos pequenos de progresso envoltos em graça".
E faz sentido, porque eu sou do tipo 8 ou 80, se eu vou mudar uma coisa em mim, tem que ser aqui e agora, e nada de cometer o mesmo erro. E na hora que erro carrego a culpa e a dor na consciência por um tempo muito longo. Porém isso só atrapalha, qualquer mudança leva tempo, dedicação e disciplina, muita disciplina (o que sanguíneos aparentemente têm muita dificuldade em aprender).

"O tempo traz mudanças
       E mudanças levam tempo."¹

Uma coisa que nunca entendi até ler esse livro era porque eu explodia com algumas pessoas (geralmente as mais próximas) e engolia a raiva com outras. Será que eu era bipolar? Ou falsa? Esse dilema me perseguiu por muito tempo e eu nunca conseguia entender.
De acordo com TerKeurst (como pronuncia isso?), há quatro categorias de pessoas "unglued": 1- o explosivo que envergonha a si mesmo; 2- o explosivo que culpa os outros; 3- o que engole a raiva e cria barreiras; 4- o que engole a raiva e coleciona pedras de retaliação.
É perfeitamente normal que, dependendo das circunstâncias e das pessoas com quem você está interagindo, você pode cair nas quatro categorias! Olha o alívio dessa pessoa aqui.

Sabe aquela coisa de contar até 1000 (porque 100 é muito pouco)? Basicamente quando nos confrontamos com situações desconfortáveis e irritantes, sempre temos um centésimo de segundo para escolhermos como vamos reagir. É nossa decisão se vamos explodir e sair cortando cabeças por todos os lados, se vamos enterrar nossas emoções de uma forma que não é saudável, se vamos reagir. A escolha é minha. A escolha é sua. Já decidi que mesmo errando e me descontrolando de vez em quando, não vou desistir de continuar buscando meu "progresso imperfeito". E você?


PS: Enquanto lia o livro, fiquei imaginando qual seria a melhor tradução de "unglued" para o português. A tradução literal, "descolada" não faria sentido porque significam coisas diferentes. Então pensei em "destrambelhada", "esculhambada" até chegar ao título do post que na minha opinião seria a melhor forma de "explicar" o que "unglued" é. O que vocês acham? Outras opiniões?



¹ Música: River God, de Nichole Nordeman




*Recebi esse livro gratuitamente através do Programa BookLook Bloggers®  especificamente para esta resenha.

18 de janeiro de 2014

2014

E não é que começou um novo ano? E basicamente 18 dias depois é que me dou conta do fato.
Não que eu não tenha recebido vários "Feliz Ano Novo", "Happy New Year", "Feliz Año Nuevo"...
Porém não deveria ter algo "diferente"? Sei lá, tipo, sei lá o quê?
Daí abri a Bíblia e me deparei com Eclesiastes 1 e HAHAHAHA.
Sério, esse capítulo é hilário e ao mesmo tempo depressivo. Leiam e me digam se o autor não tem razão. Senti como se Salomão soubesse exatamente como tenho me sentido.
Enfim, os dias parecem exatamente iguais e não consigo distinguir 2014 de 2013.
Sou a única?

24 de dezembro de 2013

Dicas de sobrevivência para antissociais

Como sobreviver às festas familiares: Edição de Natal



1- Não entre em pânico!
2- Fique em seu quarto o máximo possível (se der para trancar a porta, melhor).
3- Se preferir, enfie a cara num livro.
4- Não seja pego de surpresa pelo parente que não entende o que é ser antissocial.
5- Quando alguém perguntar o que você está lendo, diga apenas "um livro".
6- Se a pessoa quiser saber mais, mostre a capa do Guia do Mochileiro das Galáxias.
7- Se a pessoa perguntar se é para a escola/faculdade, responda que sim.
8- Se a pessoa for muito maroca (curiosa) e quiser um resumo, faça-o da maneira mais lenta, pausada e chata possível. Ela vai se afastar.
9- Caso ela não se afaste imediatamente, peça licença para ir ao banheiro URGENTE.
10- É importante ignorar os olhares e comentários sobre você ser esquisito(a).
11- Ignore seus pais dizendo que não sabem mais o que fazer com você.
12- Ignore os apelidos que os primos vão colocar em você. Por exemplo: vampiro(a), morcego(a), entocado(a), etc.
13- Empiricamente comprovado que os filhos dos primos supracitados têm a tendência de se tornarem exatamente como você.
14- Caso você não possa se esconder no quarto, finja interesse na conversa ao seu redor.
15- Faça expressões faciais condizentes com o tipo de história sendo narrada. Exemplos: a) morte, doenças, bicho-do-pé e afins - expressão triste. b) casamentos, nascimento do primo n° 2837364 e afins - expressão alegre. c) outros assuntos - expressão neutra com pequenos movimentos e sons como "hein, hein".
16- JAMAIS entre em discussões sobre política, futebol e religião!
17- Outras discussões a serem evitadas: Quantos magos realmente foram ver Jesus? E  qual a verdadeira data do nascimento de Jesus?
18- Não faça comentários comprometedores que possam levá-lo a ter que pronunciar mais de três palavras em uma sentença.
19- Caso isso aconteça, não há manual nessa vida que possa te ajudar.

FELIZ NATAL!


LEIA TAMBÉM:
Pseudo-crônica de Natal - Free to be me

19 de dezembro de 2013

Redeeming Love* (Amor de Redenção), de Francine Rivers



Editora: Multnomah
Ano de lançamento: 1991
Ano da edição: 2013
Páginas: 464


California's gold country, 1850. A time when men sold their souls for a bag of gold and women sold their bodies for a place to sleep.

Angel expects nothing from men but betrayal. Sold into prostitution as a child she survives by keeping her hatred alive. And what she hates most are the men who use her, leaving her empty and dead inside.

Then she meets Michael Hosea. A man who seeks his Father's heart in everything, Michael obeys God's call to marry Angel and to love her unconditionally. Slowly, day by day, he defies Angel's every bitter expectation, until despite her resistance, her frozen heart begins to thaw.

But with her unexpected softening come overwhelming feelings of unworthiness and fear. And so Angel runs. Back to the darkness, away from her husband's pursuing love, terrified of the truth she no longer can deny: Her final healing must come from the One who loves her even more than Michael does ... the One who will never let her go.



Eu e "Redeeming" nos vimos pela primeira vez em meados de 2004. Ele estava sendo lido por uma americana durante uma viagem missionária que eu estava participando. Nessa época eu ainda não lia livros em inglês, mas mesmo assim eu queria aquele livro.

O primeiro reencontro só aconteceu em maio de 2011 graças à biblioteca. Li compulsivamente fazendo apenas as paradas obrigatórias para dormir, trabalhar e banhar (comer e usar o banheiro contam como tempo de leitura). Ao terminar não consegui escrever a respeito, não quis escrever, ele foi colocado na lista de "futuras compras". Por várias vezes, eu quase comprei, mas sempre algo acontecia e não dava certo.
Em setembro desse ano, fazendo a escolha que a editora me ofereceu para resenhas ao bater os olhos em "Redeeming" eu sabia que o segundo reencontro aconteceria.

Para quem não conhece a história de Oséias, eu aconselho a ler, já que ele é um dos profetas menores, então não demora tanto, mas não é obrigatório, você consegue entender Redeeming Love muito bem mesmo sem nunca ter lido o livro de Oséias. Porém, com esse contexto fica mais fácil compreender de onde o enredo vem.
Então, de forma superficial podemos achar que é só uma ficção baseada no casamento simbólico de Oséias e Gomer, uma história de amor que é praticamente uma novela com traição, perdão, traição de novo, e por aí vai. Se alguém já leu o Velho Testamento da Bíblia, vai entender essa analogia que representa o amor de Deus pelo povo de Israel.
Se trouxermos para a atualidade, podemos dizer que é a representação do amor de Deus pela humanidade. Um amor que nunca desiste e que sempre está disposto a perdoar e redimir.

Foi apenas nessa segunda leitura que percebi que eu poderia ser Angel. E também poderia ser Paul (que foi um personagem que odiei na primeira leitura). E aí me atingiu em cheio: O livro de Oséias e Redeeming Love também é uma representação do amor de Deus por Aline.
A Aline que acha que pode controlar sua própria vida. A Aline que é capaz de virar as costas para Ele para seguir sua própria vontade. A Aline que em sua busca por "amor" acabou abandonando o amor mais puro e real que alguém já teve por ela.

Depois de muito tempo e muita dor, Angel encontra o único amor capaz de redimi-la. Aline também espera ser redimida para que possa fazer da canção abaixo sua declaração de amor verdadeiro.




LEIA TAMBÉM:
Free to be me
Fechei com Ele
Belbellita




*Recebi esse livro gratuitamente do WaterBrook Multnomah Publishing Group para essa resenha. 

23 de novembro de 2013

Presente inesperado.

Não sei vocês, mas tem hora que ser gente grande me cansa e muito.
Decisões e mais decisões, coisas pra fazer, corre daqui pra lá e de lá pra cá, e ainda assim fica faltando tempo e sobrando muito pra fazer.
E as crises? Eu bem que tento, mas 80% das vezes eu sempre perco pra mim mesma. E apesar de puxar minha própria orelha, me sinto a pior das criaturas sobre a face da Terra.
Às vezes o negócio é tão sério que os dias entram em um ciclo interminável e repetitivo que quando você percebe, o pessoal já está colocando as decorações de Natal. E você até se assusta achando que o povo só pode tá ficando doido, só que não.

Quantas vezes alguém conseguiu parar tudo, absolutamente tudo, e só respirar e não pensar em nada só por 1 minuto que seja durante essa semana? E durante o mês? Quer tentar agora?
Difícil, né? Imagina se no meio disso tudo ainda vai sobrar tempo pra conversar com Deus, a não ser que você faça tipo como nesse vídeo AQUI.
Mas aí recebi um livro, pequeno, cabe na bolsa, não pesa, tem uma capa bonita, e é cheio de ilustrações... er... fofas. Daí comecei a ler e não consigo terminar, não porque o livro é ruim, muito pelo contrário, ele é tão bom que estou "saboreando" lentamente, lendo e relendo ao mesmo tempo, refletindo sobre o que estou lendo, o que seria quase impossível se eu decidisse ler em uma sentada (o que seria bem fácil).
É que a mensagem desse livrinho me atingiu em cheio e tenho certeza que foi um presente que eu nem estava esperando, mas que chegou na hora certa.


Título: His Treasure - Gems of Love from Your King*
Autora: Sheri Rose Shepherd
Editora: Tyndale Momentum
Ano: 2013
Páginas: 186
Comprar: Amazon / ChristianBook / Booksamillion


If you have ever struggled to find a way to connect your heart to your heavenly Father, His Treasure is the book for you. In the tradition of Sheri Rose Shepherd's bestselling His Princess series (with over one million in print) comes this book of beautiful "love letters" from God that will remind you of your priceless worth in Christ. Each scriptural love letter is written in language that speaks to the heart of every woman. You'll discover treasures of truth, real love, and wisdom from God's Word. Get ready for an amazing encounter with your King.


O estilo é como devocional, cada capítulo é sobre uma determinada característica de Deus seguida por uma carta (um bilhete) de Deus pra você, mais um versículo bíblico e uma citação chamada de "Tesouro da Verdade".
Por exemplo, "Sua (de Deus) Perspectiva" é o título/tema da página, em seguida vem a carta que às vezes pode até fazer chorar (eu choro!), o verso é de João 16:33 e o "Tesouro da Verdade" é o seguinte (um dos meus favoritos até agora):
"Não olhe para as pessoas para ver Deus; olhe para Deus para ver as pessoas a partir de Sua perspectiva."
Faz a gente parar meio que no susto e pensar, não faz?

A grande questão do livro é que ele é escrito diretamente para mulheres. As cartas usam a expressão filha, princesa, amada, preciosa, etc; e acho que isso faz toda a diferença por conseguir realmente falar ao coração feminino como diz aí em cima na sinopse. Como eu disse, às vezes eu choro.
Nossas batalhas diárias, nossas dificuldades, nossas emoções, nossos corações, tudo o que constitui ser mulher pode ser confuso e problemático. "His Treasure" nos faz lembrar de quem somos nEle, de para que fomos criadas, e a quem nosso coração e amor pertencem.
Na correria diária a gente sempre esquece de parar tudo e simplesmente ouvir, entender e obedecer. Esquecemos que somos "Seus tesouros peculiares", e que não estamos aqui nesse mundo por acaso por causa de um acidente cósmico.

Que tipos de livros vocês lêem bem lentamente só pra não acabar logo?


*Tyndale House Publishers has provided me with a complimentary copy of this book.

30 de outubro de 2013

The Devil Has No Mother, de Nicky Cruz

Quando eu era professora de inglês lá na terrinha, uma das coisas que eu menos gostava era da última semana de outubro, especificamente do dia 31. Nas escolas grandes e cursos eu até conseguia me "livrar", mas em uma escola pequena, sendo a única professora de inglês do quadro de professores, a responsabilidade era toda e completamente minha de organizar a tal "Festa de Halloween". Essa é uma das coisas nessa vida com que realmente Não Sei Lidar.
Eu sei que as crianças ADORAVAM tudo aquilo, mas eu ficava com cara de tacho e nunca mesmo coloquei uma fantasia sequer. (Uma vez peguei duas professoras cochichando sobre mim, mas fingi que não ouvi). Eu explicava sobre a questão cultural americana bem superficialmente, e em menos de 5 minutos tudo que eles queriam eram os doces. Então, tá.
Tudo é uma questão bem pessoal, gente. Não vou relatar a origem e o significado do "Dia das Bruxas" (Wikipédia taí), mas para mim é algo que faço questão de não me envolver e participar, exatamente por não concordar com o conteúdo e o que tudo aquilo realmente significa.
Algumas pessoas acham que não tem problema algum, que é só uma festinha, que as crianças precisam se divertir, etc. Tudo bem, sem problema, mas tenho o direito de discordar.
E só para "jogar mais lenha na fogueira", gostaria que você deixasse SUA opinião nos comentários abaixo: Há algum problema em celebrar o "Halloween"? Por quê?

Tá, Aline, mas o que isso tem a ver com o livro que você leu?


Título: The Devil Has No Mother*
Autor: Nicky Cruz
Editora: Worthy Publishing
Ano:2013
Páginas: 256
Comprar: Amazon / ChristianBook


Nicky Cruz knows all about the power of the devil. Since his own dramatic conversion in the 1960's from a life of crime as a New York gang leader, he has met and heard the stories of suffering of many ordinary people, as well as some of the worst prisoners in high security prisons around the world.
Drawing on his spiritualist childhood, his life in New York, and his knowledge and experience of over four decades of spiritual warfare since that time, The Devil Has No Mother shares Nicky Cruz's hard-won understanding of how the devil will try everything possible to gain power in this world - but also shows clearly that it is God who will win the day.
THE DEVIL IS WORSE THAN YOU THINK, BUT GOD IS MUCH, MUCH GREATER.


Escolhi postar sobre The Devil Has No Mother hoje propositalmente por causa de amanhã. E também porque acredito que a temática do livro é pertinente e atual.
Desde sempre um dos temas sempre encontrado na Literatura é a luta entre o BEM e o MAL. Em alguns gêneros isso é mais claro do que em outros, mas é por isso que existem vilões e mocinhos. A Bíblia, por ser um conjunto de livros, está cheia dessa temática. Até Criminal Minds!
Enfim, mas saindo da literatura e afins, nossa vida é sempre uma luta entre o BEM e o MAL. E quer você acredite ou não, existe um mundo espiritual que cerca este mundo físico o tempo inteiro. Existe uma batalha entre o BEM e o MAL, e essa batalha está sendo travada pela nossa alma. 
Eu sei que tem gente que não acredita que o Diabo  existe e outros que acreditam até demais. Os dois extremos podem causar problemas.

O livro inicia questionando por que existe tanta maldade no mundo, o que/quem causa. A parte 1 fala sobre a batalha que citei acima. A parte 2 fala sobre quem é o Diabo (e o que ele pode e não pode fazer). A parte 3 fala sobre Deus e quem Ele é. E a parte 4 se concentra em nossa guerra espiritual.
Eu não tinha uma ideia exata do que eu estaria lendo quando escolhi esse livro, mas o título me chamou a atenção. Uma das coisas boas sobre essa leitura é que dá para perceber que o autor é centrado e bem equilibrado em suas colocações. E quando ele expressa uma opinião pessoal, ele deixa bem claro e explica seus motivos. Por exemplo, há uma parte  em que ele fala sobre coisas que acreditamos ser "inofensivas" e que estão presentes em nossa cultura, literatura, TV, etc. O autor cita alguns livros e autores (muitos que eu já sabia ou já tinha lido a respeito) e explica seu ponto de vista, afirmando que ele acredita ser um ataque direto às famílias e principalmente às crianças.

Outro ponto no livro é sobre como a Igreja se tornou apática e não está cumprindo seu papel e a mensagem cristã se tornou vazia. Gostamos de falar sobre bençãos, prosperidade, bondade de Deus, mas esquecemos que Ele não prometeu  uma vida aqui na Terra livre de conflitos e sofrimentos. Os ataques não estão limitados à certas pessoas. TODOS nós vamos ser atacados e sofrer oposição.
O livro também fala sobre a questão das doenças (uma questão que geralmente gera muita confusão.). Será que toda doença vem do Diabo como alguns defendem? (não vou responder nem compartilhar a resposta do autor). E ele faz a distinção entre opressão diabólica e depressão.
O autor oferece algumas soluções para que nossa batalha não seja tão mais difícil do que já é, sendo a oração uma das principais armas nessa guerra. "O Mal será derrotado por um exército de joelhos".
E pode até parecer que tudo isso não tem jeito, já que sabemos que essa luta vai ser travada por toda a vida, mas sabendo que o mais importante é "viver todos os momentos na graça e misericórdia de Deus, deixando que o Espírito nos leve onde podemos fazer o melhor." E a gente já sabe que no fim das contas, Deus é muito mais poderoso e a guerra já foi vencida.

SOBRE O TÍTULO: 
"Ese hombre no tiene madre" é uma expressão em espanhol usada para se referir a meninos inclinados para o mal e destruição. Por isso o autor escolheu essa expressão como título do livro para descrever quem o Diabo realmente é.


Deixem seus comentários sobre o assunto e não esqueçam de responder as perguntas que coloquei em negrito ao longo do texto (eu realmente quero saber o que vocês pensam).
A editora disponibilizou dois exemplares do livro, vou sorteá-los entre os comentaristas para comemorar o aniversário do blog (que é hoje!).




*Worthy Publishing provided me a copy of the book for free for this review.

25 de outubro de 2013

Cicatrizes

Quem tem alguma cicatriz levanta a mão o/. Você tem alguma história sobre como “ganhou” sua(s) cicatriz(es)?
Tenho uma cicatriz rosada na coxa esquerda de quando me queimei com café(!) em 2006.  Nessa mesma coxa tenho uma cicatriz de quando me cortei com arame farpado por volta dos 5 anos de idade. Tenho uma cicatriz na palma da mão direita de quando caí aprendendo a andar de bicicleta. Tenho outra na canela esquerda de quando me machuquei num dos brinquedos de um acampamento de dia das crianças. A cicatriz mais antiga que tenho é na sobrancelha esquerda. De acordo com minha mãe caí da cadeira quando tinha uns 3 anos. Vocês acham que são muitas? É porque não conhecem um dos meus irmãos. Ele quebrou a cabeça duas vezes (que eu lembro). Quebrou o dedo do pé jogando futebol. Ele perfurou o canto do olho com um lápis! Talvez a pior de todas foi quando ele cortou o antebraço em arame farpado num retiro. Todos esses machucados o levaram para o hospital e a maioria teve que ser ponteada. Eu só fui pro hospital por causa da queimadura, então ainda estou no lucro.
Essas cicatrizes que mencionei são aquelas que machucam temporariamente, mas depois elas curam e só ficam as marcas para a gente lembrar e comparar quem era mais teimoso na infância. 

 O corte é fundo, mas nunca profundo o bastante para mim
 Não machuca o suficiente para me fazer esquecer.
 Um momento de alívio nunca dura o bastante
 Para fazer com que as vozes na minha cabeça não roubem minha paz

Existem outras cicatrizes e machucados que são mais complicados. Certas cicatrizes não são visíveis, mas elas existem e podem causar muitos problemas emocionais e psicológicos.  Como é o caso da Kirsten.
Kirsten, assim como 99% da humanidade, sofre com culpa e vergonha. O leitor não consegue identificar logo de cara do que se trata exatamente, mas dá pra perceber que a garota tem muitos problemas emocionais que se acumulam até o fatídico dia em que seu namoro vai para as cucuias.

 Posso parecer louca
 Ou dolorosamente tímida
E essas cicatrizes não estariam tão escondidas
 Se você apenas me olhasse nos olhos
 Me sinto sozinha e fria aqui
 Mesmo não querendo morrer
 Mas é o único anestésico que me faz sentir algo morrer por dentro

Wes, o namorado, é completamente sem noção.  Mas a família (desestruturada) da Kirsten também não fica atrás.
O livro me fez pensar em quantas vezes carregamos tanta coisa dentro da gente, tanta culpa e vergonha por coisa que fizemos, que nos fizeram, e não conseguimos nos redimir, até que um dia tudo parece explodir e desabamos. 
Nunca cometi automutilação e nunca conheci pessoalmente alguém que sofresse com isso, mas como é algo tão profundo e pessoal, não acho que ficaria tão claro assim. Por exemplo, Kirsten não corta os braços como é comum para quem sofre desse distúrbio, ela escolhe partes do seu corpo que outras pessoas não vão ver facilmente, como as coxas, os ombros, a barriga. O que é mais perturbador talvez é que ela sabe exatamente quando e porquê ela fez cada corte.

 Não sou uma estranha
 Não, sou sua
 Com tanta raiva
E lágrimas dolorosas que ainda caem
 Mas não quero ter medo
 Não quero morrer por dentro só para conseguir respirar
 Estou cansada de não sentir nada
 Alívio existe e encontrei quando
 Me cortava

O livro me fez refletir sobre o fato de que somos capazes de criar outros métodos de “mutilação” para lidar com a culpa e a vergonha. Não apenas a automutilação.
E que um dos maiores problemas que essas pessoas sofrem é que ou elas são taxadas como suicidas ou como pessoas que só querem chamar atenção para si mesmas (como a mãe da Kirsten acredita). Eu acho que é mais uma forma de pedir socorro, mas sem saber como.
Kirsten inicia seu processo de restauração de uma forma bem inusitada, mas que serve de lição para todos nós. Enquanto ficarmos escondendo todos esses sentimentos sem encará-los de frente, somos nós mesmos e aqueles próximos a nós que se machucam. E claro, para Deus não existe nada, nada mesmo que não possa ser redimido.
“Tente ouvir o eco de Deus. É onde a terapia começa.” (p.126)

 Existiam cicatrizes antes das minhas
 O Amor escrito nas mãos que colocaram as estrelas no céu
 A Esperança vivendo no sangue que foi derramado por mim


Título: The Merciful Scar*
Autoras: Rebecca St. James & Nancy Rue
Editora: Thomas Nelson
Ano: 2013
Páginas: 355 
Comprar: Amazon / ChristianBook 


Kirsten has spent her life trying to forget. But mercy begs her to remember.
When she was in high school, a terrible accident fractured her family, and the only relief Kirsten could find was carving tiny lines into her skin, burying her pain in her flesh. The pain she caused herself was neat and manageable compared to the emotional pain that raged inside.
She was coping. Or so she thought.
But then, eight years later, on the night she expects her long-time boyfriend to propose, Kirsten learns he's been secretly seeing her best friend. Desperate to escape her feelings, she reaches for the one thing that gives her a sense of control in the midst of chaos.
But this time the cut isn't so tiny, and it lands her in the psych hospital. Within hours of being there she knows she can't stay--she isn't crazy, after all. But she can't go back to the life she knew before either.
So when her pastor mentions a treatment program on a working ranch, Kirsten decides to take him up on the offer and get away from it all. But the one thing she can't escape is herself--and her shame.
The ranch is home to a motley crew, each with a lesson to teach. Ever so slowly, Kirsten opens herself to embrace healing--even the scarred places that hurt the most. Mercy begs her to remember the past . . . showing her there's nothing that cannot be redeemed.

Músicas citadas (clique para ouvir):
Control – JJ Heller
Cut – Plumb  

Outros livros que tratam sobre o assunto (que já li):
Cut – Patricia McCormick
Handle with Care – Jodi Picoult.




* Recebi esse livro gratuitamente através do Programa BookSneeze®  especificamente para esta resenha.

Descontrolada (Unglued, de Lysa TerKeurst)

São os adolescentes que andam na calçada como se fossem donos da rua e ainda têm a coragem de me xingar porque um deles esbarrou em mim. ...