São os adolescentes que andam na calçada como se fossem donos da rua e ainda têm a coragem de me xingar porque um deles esbarrou em mim.
É encontrar cabelos espalhados pela pia, chão e banheira.
É ficar fazendo barulho quando estou tentando dormir para acordar cedo no dia seguinte.
É beber a água da garrafa e não completar com mais água (hello!).
É o motorista que não sinaliza pra onde vai virar.
A lista pode continuar indefinidamente, mas achei melhor parar por aqui, afinal pessoas normais não ficam fazendo listas de coisas que as irritam. Ou ficam?
Comecei essa lista em outubro do ano passado porque eu estava tentando entender porquê eu me irritava com tanta coisa pequena e boba. Foi bom olhar o que estava escrito, mas foi ruim ter que encarar que eu posso ser chata pra caramba.
Daí alguém me perguntou quais eram minhas resoluções de ano novo e eu disse nenhuma, quer dizer, controlar meu temperamento, mas já estou tentando fazer isso desde o final do ano passado, então não sabia se contava como resolução de ano novo.
A reação da pessoa:
Acho que tenho uma carinha de anjo hahaha.
A verdade é que eu estava perdendo o controle do monstrinho que vive dentro de mim. O monstrinho gritador e devorador de cabeças e que consegue ser mais feio que o macaquinho da imagem acima.
Foi então que ao ler a sinopse de Unglued, eu sabia que precisava ler esse livro URGENTEMENTE. Quanto mais "ajuda" eu tivesse seria melhor, não é? O que poderia dar errado?
Se você já tentou fazer autoanálise e tentou mudar algo em você mesmo, sabe que TUDO pode dar errado, e que geralmente são dois passos pra frente e três pra trás (O.o).
Subtítulo: Making wise choices in the midst of raw emotions.
Autora: Lysa TerKeurst
Editora: Zondervan
Ano: 2012
Páginas: 199
God gave us emotions to
experience life, not destroy it! Lysa TerKeurst admits that she, like
most women, has had experiences where others bump into her happy and she
comes emotionally unglued. We stuff, we explode, or we react somewhere
in between. What do we do with these raw emotions? Is it really possible
to make emotions work for us instead of against us? Yes, and in her
usual inspiring and practical way, Lysa will show you how. Filled with
gut-honest personal examples and biblical teaching, Unglued will equip
you to: Know with confidence how to resolve conflict in your important
relationships. Find peace in your most difficult relationships as you
learn to be honest but kind when offended. Identify what type of reactor
you are and how to significantly improve your communication. Respond
with no regrets by managing your tendencies to stuff, explode, or react
somewhere in between. Gain a deep sense of calm by responding to
situations out of your control without acting out of control.
A autora basicamente vem me espionando desde sempre, porque pra saber quase tudo que eu sinto assim não é possível.
Tirando as partes sobre marido e os filhos, ela ficou falando de mim o tempo todo. O livro me fez sentir exposta, desconfortável, indignada, mas também aliviada, não sou a única a passar por isso, não sou a única que se sente desse jeito. E mais importante, a autora dá sugestões de coisas que podem nos ajudar (e que ela também faz) a não ficarmos loucas desvairadas porque alguém tocou na lente dos nossos óculos ou dobrou/riscou/sujou a página do nosso livro (novinho!), por exemplo.
Já na introdução somos apresentados ao que autora chama de "progresso imperfeito", que significa "mudanças imperfeitas, passos pequenos de progresso envoltos em graça".
E faz sentido, porque eu sou do tipo 8 ou 80, se eu vou mudar uma coisa em mim, tem que ser aqui e agora, e nada de cometer o mesmo erro. E na hora que erro carrego a culpa e a dor na consciência por um tempo muito longo. Porém isso só atrapalha, qualquer mudança leva tempo, dedicação e disciplina, muita disciplina (o que sanguíneos aparentemente têm muita dificuldade em aprender).
Uma coisa que nunca entendi até ler esse livro era porque eu explodia com algumas pessoas (geralmente as mais próximas) e engolia a raiva com outras. Será que eu era bipolar? Ou falsa? Esse dilema me perseguiu por muito tempo e eu nunca conseguia entender.
De acordo com TerKeurst (como pronuncia isso?), há quatro categorias de pessoas "unglued": 1- o explosivo que envergonha a si mesmo; 2- o explosivo que culpa os outros; 3- o que engole a raiva e cria barreiras; 4- o que engole a raiva e coleciona pedras de retaliação.
É perfeitamente normal que, dependendo das circunstâncias e das pessoas com quem você está interagindo, você pode cair nas quatro categorias! Olha o alívio dessa pessoa aqui.
Sabe aquela coisa de contar até 1000 (porque 100 é muito pouco)? Basicamente quando nos confrontamos com situações desconfortáveis e irritantes, sempre temos um centésimo de segundo para escolhermos como vamos reagir. É nossa decisão se vamos explodir e sair cortando cabeças por todos os lados, se vamos enterrar nossas emoções de uma forma que não é saudável, se vamos reagir. A escolha é minha. A escolha é sua. Já decidi que mesmo errando e me descontrolando de vez em quando, não vou desistir de continuar buscando meu "progresso imperfeito". E você?
PS: Enquanto lia o livro, fiquei imaginando qual seria a melhor tradução de "unglued" para o português. A tradução literal, "descolada" não faria sentido porque significam coisas diferentes. Então pensei em "destrambelhada", "esculhambada" até chegar ao título do post que na minha opinião seria a melhor forma de "explicar" o que "unglued" é. O que vocês acham? Outras opiniões?
Tirando as partes sobre marido e os filhos, ela ficou falando de mim o tempo todo. O livro me fez sentir exposta, desconfortável, indignada, mas também aliviada, não sou a única a passar por isso, não sou a única que se sente desse jeito. E mais importante, a autora dá sugestões de coisas que podem nos ajudar (e que ela também faz) a não ficarmos loucas desvairadas porque alguém tocou na lente dos nossos óculos ou dobrou/riscou/sujou a página do nosso livro (novinho!), por exemplo.
Já na introdução somos apresentados ao que autora chama de "progresso imperfeito", que significa "mudanças imperfeitas, passos pequenos de progresso envoltos em graça".
E faz sentido, porque eu sou do tipo 8 ou 80, se eu vou mudar uma coisa em mim, tem que ser aqui e agora, e nada de cometer o mesmo erro. E na hora que erro carrego a culpa e a dor na consciência por um tempo muito longo. Porém isso só atrapalha, qualquer mudança leva tempo, dedicação e disciplina, muita disciplina (o que sanguíneos aparentemente têm muita dificuldade em aprender).
"O tempo traz mudanças
E mudanças levam tempo."¹
Uma coisa que nunca entendi até ler esse livro era porque eu explodia com algumas pessoas (geralmente as mais próximas) e engolia a raiva com outras. Será que eu era bipolar? Ou falsa? Esse dilema me perseguiu por muito tempo e eu nunca conseguia entender.
De acordo com TerKeurst (como pronuncia isso?), há quatro categorias de pessoas "unglued": 1- o explosivo que envergonha a si mesmo; 2- o explosivo que culpa os outros; 3- o que engole a raiva e cria barreiras; 4- o que engole a raiva e coleciona pedras de retaliação.
É perfeitamente normal que, dependendo das circunstâncias e das pessoas com quem você está interagindo, você pode cair nas quatro categorias! Olha o alívio dessa pessoa aqui.
Sabe aquela coisa de contar até 1000 (porque 100 é muito pouco)? Basicamente quando nos confrontamos com situações desconfortáveis e irritantes, sempre temos um centésimo de segundo para escolhermos como vamos reagir. É nossa decisão se vamos explodir e sair cortando cabeças por todos os lados, se vamos enterrar nossas emoções de uma forma que não é saudável, se vamos reagir. A escolha é minha. A escolha é sua. Já decidi que mesmo errando e me descontrolando de vez em quando, não vou desistir de continuar buscando meu "progresso imperfeito". E você?
PS: Enquanto lia o livro, fiquei imaginando qual seria a melhor tradução de "unglued" para o português. A tradução literal, "descolada" não faria sentido porque significam coisas diferentes. Então pensei em "destrambelhada", "esculhambada" até chegar ao título do post que na minha opinião seria a melhor forma de "explicar" o que "unglued" é. O que vocês acham? Outras opiniões?
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A noite do cristão morto-vivo
A noite do cristão morto-vivo
¹ Música: River God, de Nichole Nordeman
*Recebi esse livro gratuitamente através do Programa BookLook Bloggers® especificamente para esta resenha.