30 de agosto de 2011

A história por trás da ficção

Reações a Mais Que Um Sonho:
"Como é escrever sobre você mesma, menina?", E.G. (mãe da autora)
"Eca. Tô fora!", A.G. (irmão da autora)
 
Não quero ser melosa nem nada disso, mas preciso confessar a vocês que a recepção da Série Mel #1 realmente me surpreendeu e me emocionou. Aham, quase chorei.
Eu levei mais de 15 anos para expor publicamente algo criado por essa minha cabeça nada engenhosa, pessoas próximas sabiam que eu escrevia, mas eu nunca tinha experimentado mostrar numa escala maior como agora.

Claro, que todas as meninas que acompanham a Cris, Selena e Katie sabem da grande influência dessas amigas em nossas vidas. Eu lembro que estava no laboratório de informática (ou era na biblioteca?) da faculdade em 2003 e tinha acabado de ler todos os livros das 3 séries (Cris, Selena, Cris & Ted na faculdade) e fiquei pensando se alguém já tinha tido a idéia de escrever uma série brasileira, porque querendo ou não existe uma grande diferença cultural entre nós e os gringos, né?
Foi aí que pensei na Mel, quer dizer, ela nem tinha nome ainda, apenas imaginei uma garota brasileira que se tornasse amiga de outras garotas brasileiras e vivesse situações, ah, brasileiras. Consequentemente, é impossível não deixar transparecer na Mel um pouco da Aline (ou seria vice-versa?).

Muitas pessoas acham que é uma autobiografia, mas não é; há semelhanças e coincidências sim, algumas até propositais, mas a ficção está presente em cada capítulo e isso modifica a classificação. Hoje, depois de 8 anos "germinando" esses personagens na minha cabeça o que posso afirmar com certeza é que talvez a Mel seja o que fui, mas ela também é o que não fui e o que eu gostaria de ter sido. Meu desejo mais profundo é que Mel consiga tomar decisões diferentes das que tomei.
Quem sabe, Mel não seja uma forma para que eu mesma tenha paz com meu passado e aceite as coisas que não podem mudar???

Meu PROFUNDO agradecimento a cada um de vocês que tiraram um tempinho para acompanhar o blog com ou sem comentários. Eu agradeço de todo meu coração. Saibam que vencer essa barreira não foi fácil e que de certa forma é como se meu coração estivesse visível a todos vocês (iiih, que papo mais melancólico agora =D). Não sei se estou conseguindo explicar exatamente como me sinto quando um capítulo é postado e vocês oferecem encorajamento, e acima de tudo sinceridade, mas é exatamente assim: naquele momento vocês estão conseguindo enxergar dentro do meu coração. O.o
Melhor eu parar antes de confundir todo mundo com essa minha filosofia maníaco-depressiva.
Enquanto isso, Mel vai continuar por aqui, afinal a vida dela está praticamente começando.

Minha amiga de apartamento fez um book trailler. Achei legal!!! Veja o que vocês acham:

27 de agosto de 2011

Casos da Vida Real III


No último dia 23 (terça) algo estranhíssimo aconteceu na cidade de Nova York: o chão tremeu. Literalmente. E não foi algo do tipo abalou geral porque esta repórter não sentiu absolutamente nada, nadinha. E a mesma estava no metrô, dentro do chão! Na verdade só as pessoas que estavam nos andares mais altos dos prédios sentiram o rebuliço. Claro, como sempre, eles acharam que fosse uma bomba ou algo do tipo.
 O quê?! Terremoto aqui?! Como assim???
Nossa redação pensou que o povo estava procurando sensacionalismo. Porém, nossas investigações trouxeram à tona algo mais sério ainda: O CASO IRENE.
De acordo com as colunas sociais a tal Irene ficou muito zangada com o Sr. Terremoto (um caso de amor mal resolvido) e decidou seguí-lo pela Costa Leste americana, onde o Sr. Terremoto esteve. De acordo com nossas fontes extremamente confiáveis, Sr. Terremoto disse à Irene que o amor deles é impossível porque ela ama o mar e ele a terra. O problema é que Irene tá com uma TPM das bravas e por isso ela não quer saber de conversa. Ela já mostrou a que veio em Porto Rico e nas Bahamas e declarou que os americanos que a aguardem, ela está vindo com tudo.

As prefeituras e os governos estaduais já começaram a tomar as medidas necessárias para que a raiva de Irene não traga tantos problemas. 
É impossível prever o que uma mulher pode ser capaz de fazer quando contrariada, especialmente nesse momento tão delicado do mês. Cada mulher reage de forma diferente. Nesse caso, com Irene tudo é muito mais complicado porque ela é totalmente imprevisível e sua fúria pode ser sentida por milhas e milhas de distância - disse nosso meteorologista associado.
A verdade é que ninguém pode se aproximar de Irene no momento e o Sr. Terremoto não foi encontrado para prestar esclarecimentos.

Enquanto isso, nossa redação vai fazer como o resto da cidade, e fechar as portas até que a tempestade passe. Esperamos que Irene não tente bagunçar com as companhias elétricas e telefônicas para que dessa forma nossos leitores possam manter-se conectados conosco pelas próximas 48 horas. Caso isso não seja possível, não se preocupem, esta repórter estará enrolada em um lençol com um livro na mão dentro de casa.

25 de agosto de 2011

The Corruptible, de Mark Mynheir

Quem não gosta de um bom romance policial, né? Principalmente com protagonistas fortes (musculosos!) e espertos. Se parecerem com Conan ou Hércules melhor ainda.
Pois vocês estão no lugar certo, conheçam Ray Quinn, ele é tudo, menos o que citei acima. Ele era um detetive do Departamento de Polícia de Orlando Dysney na Flórida; mas ele quase perdeu a vida numa emboscada  (livro número 1) que o deixou desabilitado fisicamente (o que encerrou sua carreira na polícia) e pior, matou o amor de sua vida.
Junta tudo isso ao fato de que Ray tem um "amigo" chamado Jim Beam e a "festa" fica completa.

Agora ele oferece seus serviços de detetive particular e fundou a Night Watchman Detective Agency. E junto com seu parceiro Crevis, um jovem forte, corajoso, leal, musculoso e... dislexo que sonha em se tornar policial (mas por causa da dislexia ele não consegue passar na prova escrita), Ray investiga vários casos do tipo traições conjugais. Até que um ricaço da cidade contrata seus serviços para encontrar Logan Ramsey, um funcionário que desapareceu com informações confidenciais da empresa em um hard-drive. Problemas à vista: Logan é um ex-policial considerado corrupto que tinha muitos inimigos prontos para uma vingança básica, e Ray o conhecia pessoalmente.

Nem tudo é o que parece nesse livro cheio de idas e voltas, pistas que se acumulam, suspeitos que não são suspeitos e insuspeitos que são suspeitos. A grande questão que Ray tem que enfrentar é
QUANTO DINHEIRO VOCÊ ACEITARIA PARA TRAIR A VERDADE???


Título: The Corruptible* (lançamento nos EUA)
Livro n° 2 na série "Ray Quinn Mystery"
Autor: Mark Mynheir
Editora: Multnomah
Páginas: 342
Ano: 2011




E foi engraçado eu tentando imaginar como o Ray seria: Hercule Poirot? Sherlock Holmes?  Adrian Monk? Provavelmente uma mistura.
O livro é narrado em primeira pessoa pelo próprio Ray e a gente consegue ter acesso aos sentimentos dele o que achei vantajoso porque o sarcasmo dele é óteeemo! Porém, ao mesmo tempo, o leitor se vê diante da dor terrível que ele enfrenta todos os dias por ter perdido "tudo", por não poder mais caminhar direito, etc.

What you gonna do when the bottom falls out
                                   And you're left with nothing but your fear and your doubt to hold to
Who will hold you?
Where you gonna run when it's all on the line
And you're looking for someone to save your life
To save your life
Love can hear you
Love can heal you
If you let it inside 
(Worth it, by Francesca Battistelli)

O.o Essa música virou trilha sonora do livro porque na minha opinião descreve perfeitamente o momento em que Ray está vivendo e que Pam, a amiga, está tentando mostrar para ele. E agora toda vez que ouço essa música, adivinha de quem eu lembro? Pois é, do Ray, hellooo, ele é só um personagem, Aline!
Ah, e a Pam tem um segredo! E que segredo!

Quem gosta de Sneak Peek pode ler o primeiro capítulo AQUI (em PDF) ou AQUI (no catálogo da editora). E tenho mais novidades à caminho. Quem gosta de promoção levanta a mão \o/. Pois bem, como ganhei dois exemplares desse livro, um vai ser para um dos meus leitores. Então aguardem para o lançamento da promoção em breve.
Mas antes de encerrar a resenha tenho que perguntar a vocês:
A VERDADE TÊM PREÇO???

Deixe sua nota abaixo. ¡Gracías!
*Recebi esse livro gratuitamente do WaterBrook Multnomah Publishing Group para essa resenha.

21 de agosto de 2011

Desafio Literário 2011 (Agosto): Bom-Crioulo

CLÁSSICO DA LITERATURA BRASILEIRA

Gostou de alguma capa?

Título: Bom-Crioulo
Autor: Adolfo Caminha
Ano da 1° publicação: 1895
Páginas: 123



Amaro, o personagem principal, é um escravo foragido que anseia ser dono de seu próprio destino. É aceito como marinheiro, o que lhe permite realizar o seu sonho de liberdade e que, associado ao seu físico imponententemente muscular, "sem um osso à vista", claramente mais possante que o dos outros marujos, o transforma em alguém voluntarioso e benevolente, de tal forma que recebe a alcunha "Bom Crioulo". A disciplina da Marinha de Guerra parece-lhe suave quando comparada com a das fazendas de café, onde era escravo, e o Bom Crioulo só vai senti-la duramente quando conhece Aleixo, um belo grumete adolescente louro, de olhos azuis, por quem se apaixona. Amaro deixa de ser o marinheiro submisso. Envolve-se em brigas para defender o seu amado, embebeda-se, é castigado. Mas o que obtêm em troca de Aleixo é mais gratidão que amor. No Rio de Janeiro, após a reforma da corveta em que viajavam, Amaro arranja um quarto para si e para Aleixo na pensão de uma portuguesa, D. Carolina, antiga prostituta que ele tinha salvado de uma tentativa de assalto. A vida com Aleixo é quase marital, e o Bom Crioulo, enfrentando alguma impaciência do rapaz, deleita-se mais com apreciar longamente o seu lindo corpo alvo do que com a obtenção do prazer sexual. Mas esta vida quase matrimonial é efémera pois o capitão do navio para onde Amaro é transferido é extremamente rígido, dando-lhe folga apenas uma vez por mês, o que dificulta o encontro dos amantes, que deixam de se ver. Para piorar, D. Carolina, num capricho muito feminino, decide seduzir o adolescente, que se apaixona lubricamente por ela. Amaro abandona-se à aguardente, desequilibrado, arranja confusão e é repetidamente castigado. É transferido para um hospital-prisão, em que mergulha no tédio da recuperação e do abandono. Solitário e frustrado, Amaro fica inquieto ao saber que Aleixo o teria traído com uma mulher. Foge da prisão e, já perto da pensão, encontra Aleixo e mata-o tragicamente à navalhada no meio de uma multidão quase indiferente. (Sinopse disponível no SKOOB)

Há ótimos livros na Literatura Brasileira. Há até livros maravilhosos. Livros de tirar o fôlego. Livros emocionantes. E esse não é um desses!!!
Se eu parasse por aqui minha resenha estaria completa. Não há nada que eu possa falar sobre ele. Até porque essa resenha resumiu o livro todo e está cheia de spoilers.
E só para não ficar uma resenha minúscula eu posso e vou falar que esse livro é extremamente ruim e que destestei e só terminei porque eram poucas páginas (graças a Deus!). 
Até O Cortiço é melhor.
De acordo com o Wikipédia, esse livro é considerado o primeiro romance homossexual na história da literatura ocidental. 
Verdade ou não, tudo foi muito corrido e mega estranho e no fim foi aquele tipo de tragédia grega com direito à facadas e muito sangue rolando.
Nota 0,5.

18 de agosto de 2011

Aviso aos navegantes


Eu me descabelei outro dia tentando descobrir o que tinha acontecido com o blog de novo porque meus links atualizados não estavam aparecendo nos blogs amigos. Mexe daqui, mexe dali, vai ler um zilhão de fóruns sobre o assunto, vai no ajuda do Blogger, segue todos os conselhos etc e tal.
O diagnóstico? Não sei!
Corrigi o feed ... não funcionou.
E depois a Rute chamou minha atenção para a URL e... bom, mudou porque agora o domínio é próprio (será que foi isso?). O novo endereço: www.alinemgomes.com

De qualquer forma, precisava avisar vocês, e enquanto não corrijo o problema, não deixem de visitar nosso cantinho aqui.
Vai ser engraçado é se funcionar agora. Vamos ver? Testando em 4, 3, 2 ...

14 de agosto de 2011

Vale a pena conferir: "Lembranças"

O metrô de Nova York é cheio de cartazes de propagandas, principalmente de filmes que estão sendo lançados. Foi por causa de um desses cartazes que acabei assistindo Remember Me (Lembranças em português). Confesso que o que chamou a minha atenção foram os dois atores principais porque fiquei curiosa para vê-los interpretar personagens diferentes. Ele não sendo um vampiro (Crepúsculo e etc) e ela não sendo a Claire (de Lost).

E...
A história é legal, é um desses dramas românticos filmados em Nova York que estamos acostumados a ver blá, blá blá. 
De repente o fim simplesmente me surpreendeu. Eu levantei da cama assustada e voltei o DVD só pra rever e foi então que a ficha caiu... Eu quase, repito, quase chorei. Minha sensação pós filme foi aquela do tipo "por essa eu não esperava". E aconselho a não ler spoilers se você como eu, gosta de surpresas nos filmes. Cuidado que tanto o Wikipédia quanto o Youtube têm.
Achei um trailler legandado/dublado. Se você quiser ver o filme e voltar aqui pra comentar vai ser MARA!!! Enjoy!


Trailer do filme: LEMBRANÇAS

9 de agosto de 2011

The Waiting Place, de Eilleen Button



Título: The Waiting Place: Learning to Appreciate Life's Little Delays*
Autora: Eilleen Button
Editora: Thomas Nelson
Ano: 2011
Páginas: 229



We all spend precious time just waiting. We wait in traffic, grocery store lined, and carpool circles. We wait to grow up, for true love, and for our children to be born. We even wait to die. But while we work hard at this business of living, life can sometimes feel like one long, boring meeting. Even today, with instant-gratification at our techno-laced fingertips, we can't escape the the waiting list. Somehow, in between our texting and tweeting and living and dying, we end up there again and again.
In the voice of an old friend or a wise-cracking sister, Eileen Button takes us back to the days of curling irons and camping trips, first loves ad final goodbyes, big dreams and bugger reality checks. With heart-breaking candor she calls us to celebrate the tension between what we hope for tomorrow and what we live with today.
Chock-full of humor and poignant insights, these stories will make you laugh and cry. They'll challenge you to enjoy-or at least-endure-the now. As Eileen has learned, "To wait is human. To find life in the waiting place, divine."
Come discover miracles in the mundane. Come celebrate life in The Waiting Place.
(Sinopse disponível no site GOODREADS)


Comecei a traduzir essa sinopse para o português, mas quando chegou na segunda linha simplesmente "empaquei" porque nenhum dicionário conseguiu me ajudar com a tradução de CARPOOL. O palhaço do Google veio com uma história de "piscina de carros / carro piscina". O Webster Dictionary apesar de uma explicação coerente levantou questionamentos: "uma organização em que um grupo de pessoas viajam juntas de carro". Mas elas viajam no mesmo carro ou em carros diferentes?
Então para não bagunçar as idéias deixei a sinopse no original e vou comentar por partes.

A idéia geral do livro é sobre ESPERA. Nós sempre estamos esperando alguma coisa na vida, né? Seja aquela fila ENOOORME no banco ou no hospital, seja aquele bendito trem/metrô/ônibus que atrasou de novo. Existe também a longa, quase-insuportável, parece-que-nunca-vai-chegar espera como a da jovem que está orando por seu futuro marido (ou não, mas mesmo assim está esperando).
São tantas coisas que esperamos que não caberiam em uma vida, universo e tudo mais (hehehehe).

Veja se você nunca pensou/sentiu/falou alguma das expressões abaixo:

  • Dessa vez vai dar certo! (Yes!)
  • Minha hora chegou! 
  • Por que está demorando tanto?
  • Não aguento mais esperar.
  • Quando vai ser minha vez?
  • Deus não está me ouvindo.
  • Ei, tá demorando mesmo.
  • Não sei mais o que fazer.
  • Hellooo, Senhor, lembra de mim?
Não se preocupe se você se enquadra em todas as opções, o ponto que quero levantar é que nosso lugar de espera pode variar em gênero e número, mas os sentimentos e emoções envolvidos são muito semelhantes.
E a autora, Eilleen Button, consegue capturar isso com tanta clareza e de forma divertida e sincera que é impossível não rir ou chorar (provavelmente os dois ao mesmo tempo) e não se identificar com as experiências que ela apresenta nos ensaios que compõem esse livro. E sim, a sinopse não está exagerando na descrição não.

Sabe aqueles sentimentos de impotência que querem nos sufocar quando nossa vida parece estagnada?
  • O que fazer com minha vida?
  • Para onde vou?
  • O que Deus quer que eu faça?
  • Hã? Quem sou e pra onde vou? (nesse caso, você tá com uma grave crise existencial, isso sim!)
Esse livro só nasceu por causa desses sentimentos que a autora estava enfrentando em certo ponto de sua vida. E aqui entra a parte interessante, o livro é uma autobiografia sem ser chata composta por ensaios. Entendeu? Ah, nem eu, o que importa é que é um livro tão bom, tão bom... que você nem vai perceber o tempo passar.

Então? Como você tem enfrentado os pequenos atrasos da sua vida? E como você lida com aquele "lugar de espera" que parece nunca ter fim?



*Recebi esse livro gratuitamente através do Programa BookSneeze®  especificamente para esta resenha.

1 de agosto de 2011

Entrevista I

É com grande prazer que anunciamos a primeira...

CM: No livro When the Hurt Runs Deep, autora Kay Arthur afirma: "O fato de que um indivíduo tira a própria vida não destina a pessoa ao inferno. O destino eterno de uma pessoa é determinado por como ele respondeu à oferta de salvação em Jesus Cristo durante sua vida, não se ele tirou ou não sua própria vida." (Tradução livre, p.113).
Em seguida ela diz que algumas pessoas se matam por desejarem estar logo na presença de Deus, mas que eles se esquecem que terão que se apresentar diante dEle para prestar contas.
"Ao tirarem suas próprias vidas, eles contradizem a suficiência de Sua graça e a verdade de Suas promessas. Suicídio não é uma forma valorosa para um filho de Deus morrer, em fato, é vergonhoso." (Tradução livre, p. 114).

O texto bíblico utilizado pela autora é João 10: 24-30, ênfase no versículo 29: "Meu pai mas deu (...) e ninguém pode arrebatá-las da mão do meu Pai", sendo que nem mesmo a pessoa que comete suicídio pode perder a salvação se ela pertencer a Deus.
COMENTE.


Rev. João D'Eça: Antes de responder as perguntas propriamente ditas, queira me permitir comentar o texto bíblico citado de João 10: 24-30.
1 – O texto não fala de suicídio ou morte física, mas o principal tema do texto é a doutrina bíblico-reformada da Eleição. Eleição é a doutrina que ensina que Deus, na sua soberania e misericórdia, antes da fundação do mundo, baseado tão somente no seu infinito amor, escolheu aqueles que seriam salvos, permitindo que os demais continuassem no seu caminho de perdição.
- No versículo 26, vemos Jesus dizer aos seus interlocutores: “Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas.” Dai entendemos que aqueles incrédulos, que morrem na sua incredulidade, não pertencem a Deus, “não fazem parte do conjunto de suas ovelhas”.
- No versículo 27, Jesus diz: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; (a pregação da Palavra) eu as conheço, e elas me seguem. Quem é de Deus ouve a Palavra de Deus.
- No versículo 28, Jesus enfatiza o tema do seu discurso, (Vida Eterna), ele diz: “Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. E no versículo 29, “Aquilo que o Pai  me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar.” Ou seja, os eleitos são eleitos pra sempre. Os salvos em Cristo são salvos pra sempre. Não importa a forma como foram mortas. Ninguém os arrebatará das mãos de Deus.
- Em Romanos 8:35, diz: “Quem nos separará do amor de Cristo? Será a tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?” E nos versículos 38 e 39, arremata: “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Concluindo essa primeira parte, Jesus nos ensina em João 10 24-30, que nada poderá nos arrancar das mãos de Deus. Se fosse possível, nosso Deus seria um Deus incapaz, sem poder, onde aquele que conseguisse nos arrancar das suas mãos, seria muito mais forte que ele.

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No que se refere às questões do livro e o comentário da autora, segundo todos os especialistas que tenho estudado sobre o assunto SUICÍDIO, dizem que a prática do suicídio é a mais egoísta e vingativa possível, ou seja, não é uma atitude nobre, o que está por trás do suicídio, é o EGOISMO humano exacerbado, a não ser que seja um caso de patologia psíquica, mas até ai é possível controlar com o uso de medicamentos específicos.
- O suicídio é resultado do pecado humano e suicidar-se é pecado, e como tal, tem a sua merecida punição. Não há nobreza no suicídio.
- Provérbios 4: 23 diz:
“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.”
- Mateus 12: 34 diz: “... Porque a boca fala do que está cheio o coração.”
-Todo o pecado tem origem no coração humano. A dinâmica do coração desde a queda é uma dinâmica idolátrica. As pessoas são influenciadas maleficamente de dentro do seu coração, vide os textos acima.
- Toda forma de pecado tem origem no amor absoluto do “EU”. Ao invés de amar a Deus sobre todas as coisas, o maior problema do homem, depois da queda, é que ele passou a “amar a si próprio” acima de todas as coisas. O homem caído idolatricamente ama a si mesmo em busca da sua satisfação plena. Ocorre que o “EU” não pode fornecer essa satisfação plena, então ele busca satisfação nos ídolos menores como, beleza, poder, dinheiro, etc. Esses ídolos menores são descartáveis, caso não alcancem o objetivo do “EU”, então é imediatamente substituído ou deslocado.
- Nesse sentido é que o SUICÍDIO é EGOÍSTA. A pessoa que se mata via de regra, está querendo atingir ao outro. Por exemplo, o fato de não ter coragem ou não poder matar alguém, matando-se, quer atingir aquele a quem queria ferir, ou seja, a motivação é pecaminosa, é egoísta.
- Um outro exemplo é quando as pessoas não querem enfrentar uma situação que elas próprias criaram e que se reverteu de alguma forma contra si. Não agüentando as conseqüências dos seus atos e não querendo enfrentar a vergonha de passar por aquilo, dão cabo da sua própria vida. Novamente aqui, a motivação é EGOÍSTA.

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CM: Já teve alguma experiência desse tipo? Se sim, como lidou? Se não, como lidaria? Qual tipo de preparo os pastores e líderes têm nesse sentido?
Rev. João D'Eça: Sim já passei por situações dessas no meu ministério, mas o aconselhamento reverteu a situação.
O preparo dos pastores, via de regra, é adequado, porém daqueles que se preparam em um Seminário idôneo, ou os que buscam esse preparo numa escola séria para que seu ministério seja melhor exercido.
No entanto, com a proliferação dos ministérios neo-pentecostais, onde a maioria dos pastores ou não tem o preparo adequado, ou julgam que esse preparo não é necessário, vemos a proliferação de crentes neurotizados, escravizados por problemas mentais que poderiam ser sarados, mas por causa da falta de preparo e de ser mais fácil atribuir as coisas ao Diabo (Não que ele não seja responsável em muitos casos!), as pessoas não tem sido tratadas adequadamente, à partir de uma abordagem bíblico-referente.


Agora queremos saber dos leitores, como sua igreja e/ou família tem lidado com esse tema. Você já teve alguma experiência desse tipo? Gostaria de compartilhar conosco? Deixe sua resposta nos comentários. 
O Caminho de Memórias agradece à disponibilidade do Rev. João que nos atendeu prontamente. Muito obrigada!





Rev. João d’Eça tem 44 anos, é Bacharel em Teologia pelo SCEN – Seminário Cristão Evangélico do Norte, em São Luís-MA e Mestrando em Teologia (Habilitação em História da Teologia), pelo Centro de Pós-Graduação Andrew Jumper da Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo-SP.
Pastor da Igreja Presbiteriana Betsaida em São Luís-MA.
Casado há 21 anos, pai de um filho de 18 anos.

Ele pode ser contactado através de seu Blog Rev. João D'Eça.

Descontrolada (Unglued, de Lysa TerKeurst)

São os adolescentes que andam na calçada como se fossem donos da rua e ainda têm a coragem de me xingar porque um deles esbarrou em mim. ...