26 de setembro de 2011

Desafio Literário 2011 (Setembro): "Os Tambores de São Luís"

AUTORES REGIONAIS

No coração da selva africana, tribos, clãs e cidades inteiras estão sendo dizimadas. Os prisioneiros de guerra se tornam escravos e são vendidos ou trocados por mercadorias nas relações comerciais entre africanos e árabes.
A expansão marítima trouxe os europeus ao continente e com isso a comercialização da mão-de-obra escrava cresce assustadoramente reforçando ainda mais essa condição pré-existente na cultura africana.

Nos navios negreiros as condições sub-humanas se deterioram. Muitos morrem antes de chegarem ao destino. Muitos deixam seus corações e suas almas em sua terra natal. Agora são apenas um corpo usado para o trabalho escravo. Um dia de cada vez é o lema que os impulsiona e quem sabe um dia, enfim, eles encontrarão o que lhes é mais valioso: a liberdade. Muitos deles ainda não sabem, mas apenas a encontrarão através da morte.

Açoites que desintegram a pele e marcam corpos e mentes com cicatrizes eternas. Rios infestados de piranhas onde o mergulho é a única saída para não enfrentar a tortura. 
Castigos, prisão, fome, máscara de flandres, terror, tronco, pelourinho, enforcamento em praça pública.

As tradições sendo mantidas e se misturando, se escondendo, se guardando e se consolidando.
Doze milhões de pessoas? Muito, muito mais. Eles não são registrados pois não são considerados gente.

Mas quem vai impedir a miscigenação? Aqui vai o mulato, o cafuzo e o caboclo. 
Agora temos o brasileiro!

Enquanto isso os tambores africanos continuam ressoando na História.


Título: Os Tambores de São Luís
Autor: Josué Montello
Editora: Nova Fronteira
Ano: 1976
Páginas: 483


O negro na sua luta, nas suas revoltas, e na sua redenção. Obra das mais bem trabalhadas, original no seu tema e no seu processo técnico e que representa o ponto culminante da produção do autor, na concatenação aliciante da narrativa, na modelar limpidez da escrita e na densa atmosfera de suspense e paixão. Embora se passe numa única noite, que compõe uma parábola perfeita entre o seu começo e o seu imprevisto desfecho, o livro abarca todo um largo período de vida brasileira entre 1838 e 1915, com seus clérigos, seus políticos, seus escritores, seus tipos populares. E tudo isso a se desenrolar com o fundo sonoro dos tambores rituais vindo da casa das negras-minas, tocados ao longo da grande noite pela nostalgia, a fé, a revolta e o júbilo dos antigos escravos. Partindo de um episódio imprevisto, o encontro de dois homens mortos, um negro com uma facada nas costas, e um branco assassinado por uma paulada dentro de um bar, numa velha noite de 1915, o autor imaginou cruzar duas linhas narrativas, de modo que ambas se fundissem, numa perfeita harmonia de planos, fluindo à feição do barco que desliza pela superfície do lago, tangido pela aragem matinal. Mais de quatrocentos personagens dão movimento ao romance, numa linha de interesse crescente. (Fonte: Skoob)


Link interessante: Museu do Negro ou Cafua das Mercês



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24 de setembro de 2011

Vale a pena conferir: "Adam"


Para quem gosta de filmes românticos, cheios de ternura e com uma história bonita; a dica de hoje é perfeita.
Tá bom, que seja mais uma história de amor em Nova York, a cidade mais difícil do mundo para se ter um romance como nos filmes, o que é um cliché batido, mas a história me cativou, me fez torcer muito pelo casal, apesar das adversidades que os dois enfrentam e claro, da IMENSA diferença que os separam; e o final... bom, o final é algo que vocês vão ter que descobrir sozinhos.
Não vou falar sobre o enredo porque o trailler explica direitinho.
Voilá! Bom final de semana para todos!

Trailer: ADAM

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19 de setembro de 2011

Ao que se foi




O canto em nossos lábios se foi
Partiu de dentro para fora sem deixar rastros
Mas deixou saudade e dor
Deixou o perfume e a lembrança.

A história que era nossa se foi
Secou como a flor no deserto
Deixou as lágrimas de tristeza
Deixou o sorriso estranho.

Tudo que era e não é mais
Deixou a paz distorcida.
A certeza do que se foi
Deixou a alegria esmorecida.

E o coração continua aqui
Apenas esperando o amor chegar.

Aline Mendes Gomes, Nova York, 2009.

14 de setembro de 2011

Jesus Imaginário

Como eu não sou fominha por livros e nem aproveito que muitas editoras cristãs americanas oferecem livros gratuitos para blogueiros em troca de resenhas; NUNCA tenho vários livros (e ebooks também) inéditos para leitura (isso sem contar a minha estante de livros que já está maior que a que deixei na casa da minha mãe). Sempre tenho que reler os mesmos livros.
Então, uma editora tinha 3 opções para eu escolher 1 e resenhar aqui. Comecei a ler as sinopses para decidir. Um deles dizia algo sobre ser uma sequência para outro livro chamado Imaginary Jesus.
"Peraí! Onde foi que eu já vi ou ouvi esse título antes???"
Pensa...
Pensa...
Pensa...
[amnésia virtual mode ON por alguns minutos]
[amnésia vitual mode OFF em seguida]


LEMBREI!!!! A Sony disponibilizou um ebook com esse título gratuitamente para os portadores de leitores eletrônicos. Fui checar e, aham, ele estava lá mesmo no Reader.
Eu não tinha ligado pro livro porque achei que não era cristão, e sim, alguém (como muitos) tentando inventar um Jesus Hippie. Sinceramente olhem para essa capa e me digam se vocês não iriam pensar a mesma coisa:




Certo, vou ignorar essa capa e deixa eu ir logo para o conteúdo porque...




De tudo que eu não esperava desse livro, a minha reação foi a que está graficamente representada acima.
Um belo dia, Matt descobre que o Jesus que ele está seguindo é um Jesus Imaginário e não o real. Então, ele inicia uma jornada em busca do verdadeiro Jesus, mas o que ele não sabia é que existiam muitos Jesuses (?) Imaginários espalhados pelo mundo, inclusive uma Sociedade Secreta de Jesuses Imaginários: "uma coleção obscura de pessoas imaginárias que se reúnem para discutir sua própria importância. Tipo o Jesus-Seminário. Só que Imaginário"(p. 62).
O livro arranca risadas (ou não. Religiosos clamando blasfêmia em 4, 3, 2...) Mas falando sério, é como se o autor tivesse tido umas aulinhas com Douglas Adams (sem se tornar ateu). Ele escreve de forma leve, simples, engraçada e irônica, muito irônica. Me acabei de rir quando Matt encontra Daisy, a jumentinha falante, pela primeira vez. Eu não conseguia segurar o riso dentro do metrô lotado e as pessoas ao meu redor com cara de cansadas, com fome e com sono, me olhavam como se eu fosse mais uma doida nessa cidade.

Apesar do tom leve e sarcástico, no fim das contas fica a pergunta que realmente incomoda:
SERÁ QUE ESTAMOS SEGUINDO O JESUS REAL DA BÍBLIA OU UM IMAGINÁRIO, CRIADO POR NÓS MESMOS PARA NOS SERVIR DE ACORDO COM NOSSOS DESEJOS, VONTADES E NECESSIDADES???


Ficha técnica:
Editora: Tyndale
Páginas: 240
Ano: 2010
Comprar: Amazon / ChristianBook

11 de setembro de 2011

11 de setembro

A garota de 17 anos que assistiu a TV em setembro de 2001 não sabia que quase 10 anos depois ela estaria naquela cidade distante. Ela não sabia que veria o lugar que representa uma enorme cicatriz em uma das maiores nações do mundo.

Acima de tudo, aquela garota em frente à TV em setembro de 2001 não sabia de forma alguma que ela amaria o rapaz que estava trabalhando há apenas 2 quadras das torres gêmeas naquela manhã de terça-feira. Ela nem sabia que ele existia e que o mesmo sobreviveria o ataque para encontrá-la 8 anos mais tarde.

A garota de 2001 não sabia que sua perspectiva sobre vida e morte mudaria dali a apenas 3 anos.
E ela também não sabia que sua perspectiva sobre o 11 de setembro mudaria dali a 10.
Por causa da dor. Por causa do amor.

Never Forget.

5 de setembro de 2011

Desafio Literário 2011 (Setembro): "O Camarote Vazio"

AUTORES REGIONAIS




Título: O Camarote Vazio
Autor: Josué Montello
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 204



Na véspera do Carnaval, um homem parte de navio do Rio de Janeiro em direção a Santos, São Paulo, para visitar uma tia doente que deseja lhe doar jóias de família. Na volta, ele e as jóias desaparecem, mas seu camarote permanece intacto. Um romance que segue a tradição dos melhores livros de suspense e cujo desfecho surpreenderá o mais tarimbado dos leitores do gênero. (Sinopse disponível no SKOOB)

Abre parênteses para eu rir dessa sinopse empolgada.
Fecha parênteses.

Senti uma diferença IMENSA entre esse livro e as outras obras que conheço do autor. A começar pelo tamanho e tema. Por exemplo, Os Tambores de São Luís, acho que a obra mais aclamada pela crítica tem mais de 400 páginas. Cais da Sagração, meu favorito (até a presente data) é totalmente dramático do início ao fim.
Agora O Camarote Vazio, bem, não sei o que aconteceu, mas como se diz em bom maranhês: "Foi ralado!"
Fica bem claro que o autor tentou se aproximar da literatura caracterizada pelas obras de Agatha Christie, mas ele "esqueceu" de trabalhar o mistério, o suspense e as reviravoltas que prendem a atenção dos fissurados nesse tipo de literatura. No fim das contas não teve graça e me pareceu que ele ficou com pressa de acabar logo, ou melhor, ele perdeu o rumo ou realmente não sabia o que ele queria.

Se você está esperando um livro tupiniquim à la Dame Christie, melhor nem chegar perto desse; mas se você gosta de descobrir livros dos quais você nunca ouviu falar, então seja bem vindo ao clube.
O que eu gostaria de destacar é que o livro é uma verdadeira enciclopédia de nomes próprios. Alguém ainda está em dúvida sobre o nome para os filhos? Fique à vontade para escolher abaixo:
Benevenuto
Eudóxia
Elesbão


PS: Pesquisei, pesquisei e acabei cansando, por isso não sei a data da primeira publicação desse livro, mas tenho quase certeza que foi no final da década de 80.

PS²: O autor era meu conterrâneo e foi nosso contemporâneo. Ele nasceu em São Luís em 1917 e faleceu no Rio de Janeiro em 2006.

2 de setembro de 2011

#1 Coisas Que Nunca Vou Entender Na Vida

AS SOGRAS

Ao contrário do que pode parecer, esse post não é para reclamar. Na verdade, é um post para reflexão, por isso CQNVENV pode até se tornar um quadro fixo aqui, já que sempre há alguma Coisa Que Nunca Vou Entender Na Vida.
Meu objetivo é apenas analisar a densidade das relações humanas e a equipotência de suas variáveis O.o (hã?).
Além disso, vou desafiar a Física, mais especificamente a "lei da gravidade" cuspindo para cima em 4, 3, 2, 1...
Filme: A Sogra
Prometo, solenemente, diante dos honrados leitores, permitir que meu(s) filho(s), se algum dia vier(em) a existir porque por enquanto eles continuam no mundo das idéias de Platão, escolham suas futuras esposas com a mínima interferência possível da minha parte (aham!), para que os mesmos sejam capazes de desenvolver e exercer seu poder de escolha.

Sério! Qual é o problema das sogras que são ultra-mega-power-super-protetoras com seus "filhinhos" barbados??? Hã? Hã? Alguém, por favor, me diz porque pra mim essa é a "questão fundamental da vida, do universo e tudo mais".
E antes que pedras virtuais acertem minha cabeça, eu NÃO estou jogando indireta (ou direta que seja) para ninguém. Deixe-me repetir: NÃO estou me referindo a nenhuma quase-sogra que já passou pela minha vida, certo?
Com isso esclarecido, só quero que minhas perguntas sejam respondidas se for possível:
1- Por que elas fazem tempestade em copo d'água?
2- Por que elas procuram chifre em cabeça de cavalo?
3- Por que elas acham que seus filhos são bobos, burros, bobocas, etc etc, e por conseguinte não sabem decidir sozinhos?
4- Por quê? Por quê? Por que elas agem dessa forma?

Não venham me dizer que é porque os ditos cujos são jovens imaturos que não conhecem o mundo blá blá. Não estou falando desses!
Estou falando de filhos ADULTOS cujas mães continuam tratando-os como bebezinhos!!!

Meu filhinho, essa menina fala demais. Ela não serve pra você.
Meu filhinho, essa menina fala de menos. Ela não serve pra você.
Meu filhinho, essa menina não fala. Ela não serve pra você.

O.o  O.o  O.o  O.o O.o  O.o

Alguém tem uma resposta que não seja 42??? Por favor!!!

Assinado: Uma futura sogra que pelo andar da carruagem (se as quase-sogras continuarem interferindo dessa forma) vai fazer uma futura nora infeliz por não ter tido o filho que seria o futuro marido da mesma.

Descontrolada (Unglued, de Lysa TerKeurst)

São os adolescentes que andam na calçada como se fossem donos da rua e ainda têm a coragem de me xingar porque um deles esbarrou em mim. ...