26 de fevereiro de 2013

Eu também ainda creio

Infelizmente todos nós temos nossas tragédias, nossas perdas e nossas dores.
Não adianta ficar comparando com a dos outros porque dor não tem tamanho, ela sempre vai ser grande e, por vezes, insuportável.
Não interessa se foram várias crianças assassinadas, ou um pai de família trabalhando. Não importa se o câncer não foi curado, ou se a pessoa decidiu não viver mais. Nossas dores têm o mesmo peso, a mesma carga e SEMPRE trazem a mesma pergunta sem resposta: Por quê?

Quem nunca ouviu falar do Salmo 23?
O Senhor é meu pastor e... nada me faltará
Seria ótimo se esse salmo parasse nos seus três primeiros versículos. Sou como uma ovelha que o pastor cuida, ótimo, não preciso me preocupar com mais nada.
Três versículos sobre cuidado e refrigério e... Davi vem com um negócio que não faz o menor sentido:
Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte...
Como assim? Vale do quê? Mas acabou de dizer lá no começo que nada iria faltar e tal. POR QUE ISSO AGORA?

O "vale da sombra da morte" é qualquer coisa que tire um pedaço da sua vida e despedace completamente, e você sabe que nunca mais vai ser a mesma pessoa. Nunca, nunca mais, a vida vai ter a mesma cor. Nunca, nunca mais vou ser acordada com cócegas nos meus pés (o que me irritava quando eu era adolescente).
Eu daria tudo, tudo pra ser acordada pelo meu pai de novo com cócegas nos meus pés...
Talvez seu "vale da sombra da morte" seja uma doença que os médicos dizem não ter cura. Talvez a falta de emprego. Talvez a depressão contra a qual você tem lutado. Talvez a perda de alguém que nunca mais voltar. Talvez seja aquele sonho que só você e Deus sabem a respeito e que não se realiza de jeito nenhum.

Mas pra quem conhece o salmo completo sabe que vem algo depois dessa parte:
... não temerei mal algum porque Tu estás comigo... o Senhor me protege e consola.
É interessante notar que o autor não diz que o pastor da ovelha vai tirá-la do vale da sombra da morte. Ele apenas afirma que não vai ter medo de atravessar porque o pastor está com ele.
Outra coisa infeliz é que enquanto estivermos aqui nesse mundo, nesse corpo feito de pó, muitas coisas boas podem acontecer, porém as coisas ruins também. Não existe antídoto contra o vale da sombra da morte, mas existe o remédio: continuar confiando que o Pastor vai nos ajudar a atravessar, até mesmo nos carregar se for preciso. E qual vai ser nossa atitude quando chegarmos do outro lado?

A história do cantor americano Jeremy Camp é exatamente sobre atravessar o vale da sombra da morte e chegar do outro lado. Gosto da sinceridade com a qual ele descreve o que ele sentiu ao perder sua primeira esposa para o câncer (lembra um pouquinho a história da Jamie e do Landon). A dor, a mágoa e a raiva (ele jogou a Bíblia na parede uma vez!), mas no fim ele compreendeu a finitude humana e que Deus estava com ele na travessia.
Assim como qualquer pessoa que tem uma experiência desse tipo, a gente não escolhe, não quer, mas precisa decidir no fim das contas o que fazer e como reagir. Acabamos voltando outra vez para a mesma pergunta: Qual vai ser nossa atitude quando chegarmos do outro lado?
Deus não se importa que a gente o questione, que a gente grite, ou chore ou até queira morrer junto com aquela parte da nossa vida que se foi. Na verdade, Ele sabe muito bem o que é a dor, afinal Ele entregou Seu único Filho por toda a humanidade.

Assim como Jeremy Camp, eu decidi crer mesmo sem entender, mesmo sem conseguir explicar.
Nunca me senti tão despedaçado assim antes
Parece que nem sei por onde começar
Mas eu sei que é agora que sinto Sua graça caíndo como chuva
Das pontas de seus dedos, levando minha dor
Porque eu ainda creio na Sua fidelidade
Porque ainda creio na Sua verdade
Porque ainda creio na Sua Santa Palavra
Mesmo quando não consigo ver, ainda creio
(I Still Believe - Jeremy Camp)



Título: I Still Believe*
Autor: Jeremy Camp / David Thomas
Editora: Tyndale
Ano: 2013
Páginas: 213
Comprar: Amazon / ChristianBook


Christian recording artist Jeremy Camp has written songs that have touched millions of lives. His lyrics reveal a heart that’s been broken and a faith that has been tested and restored.
In
I Still Believe, Jeremy shares, with unflinching candor and emotion, the extraordinary story behind his award-winning lyrics–from his impoverished childhood, rebellious teenage years, and spiritual awakening at Bible College, to the tragic loss of his first wife, Melissa, to cancer and the heart-wrenching spiritual journey that followed–a journey that reignited Jeremy’s faith, inspired some of his most beloved songs, and paved the way for a second chance at love with his second wife, Adrienne.

This memoir is a must-read for Jeremy Camp fans everywhere, and an inspiring, encouraging read for anyone who has ever experienced loss.



*Tyndale House Publishers has provided me with a complimentary copy of this book.

18 de fevereiro de 2013

Quando a coadjuvante me deu um tapa na cara

O sonho de Molly é ser mãe. Ela é capaz de pagar o preço pra que esse sonho se realize, mesmo que seja milhares de dólares para tratamento in vitro.
Mas Molly não conseguiu engravidar ainda...
Não sei se na cabeça dela ela reclama com Deus sobre isso, mas nas atitudes a gente não consegue perceber nem um pingo de... ressentimento.

Eu estava ressentida e reclamando com Deus que uma pessoa tinha conseguido algo (que é o que eu também quero) de forma errada.
Hello, Senhor, tô tentando fazer tudo direitnho aqui e eu não recebo aquilo que eu quero, enquanto o Fulano ali conseguiu fazendo de forma errada. 
Ressentida.
E Molly me deu um tapa na cara.
Quem ela pensa que é? Nem é a protagonista do livro, então como ousa...
Talvez... espera... o que foi?
Ah sim, verdade, você deu um cutucão na minha ferida.
A gente não vê Molly reclamando, mesmo tendo certeza que deve tá doendo muito ver sua amiga (senhora vou-beber-pra-esquecer-meus-problemas) conseguindo aquilo que ela mais quer sem nem tentar.

Levar um tapa dói. Querer algo que nunca chega dói. Ter inveja e ressentimento também doem, e trazem vergonha. Faz a minha máscara de "estou feliz por você" cair. Faz meu mundo desmoronar. Me faz ter que ajoelhar e juntar os cacos do meu coração que não consegue ser agradecido pelo que já tem, mesmo que aquilo que mais desejo nunca chegue.
Obrigada, Molly. O tapa doeu, mas obrigada mesmo assim, por me fazer lembrar que ter um coração grato é mil vezes melhor do que um amargurado. E que amargura nos deixa feios e cheios de rugas. Valeu mesmo, mulher! E estou torcendo por você e seu marido. Quero acreditar que vocês tiveram um final feliz!


Título: Walking on Broken Glass
Autora: Christa Allan
Editora: Abingdon Press
Ano: 2010
Páginas: 352
Histórico: Skoob
Comprar: BetterWorldBooks / Amazon / ChristianBook


Already sloshed from one-too-many drinks at a faculty party, Leah Thornton cruises the supermarket aisles in search of something tasty to enhance her Starbucks-Kahlua, for example. Two confrontations later-one at the grocery store and the other with her friend Molly-Leah is sitting in the office of the local rehab center facing an admissions counselor who fails to understand the most basic things, like the fact that apple juice is not a suitable cocktail mixer. Rehab is no picnic, and being forced to experience and deal with the reality of her life isn't Leah's idea of fun. But through the battle she finds a reservoir of courage she never knew she had, and the loving arms of a God she never quite believed existed.

1 de fevereiro de 2013

The Girl in the Glass, de Susan Meissner

Esse é um daqueles livros que levei mil anos para resenhar, simplesmente por não saber exatamente o que dizer. Então nada melhor do que apresentar um pessoal pra vocês, talvez eles me ajudem.

Meg, a protagonista e narradora, já chega mostrando que o sonho dela é ir para Florença na Itália e pronto. Bem no estilo: "Ei, vou contar minha vida pra vocês, mas saibam que o que me motiva e faz sonhar é essa cidade."
O único problema é que o pai de Meg prometeu levá-la desde que ela era criança e... nada. Puxa vida, já é difícil se relacionar com um homem imaturo, imagina quando o pai também é. Bem por aí.
Aparentemente ela não está tão incomodada assim com o fato de não ter encontrado um marido, mas mesmo assim ela não consegue não sentir nada no dia do casamento do seu ex-noivo, por exemplo.
Pelo jeito, ela quer um amor que a faça sentir o que ela não sentiu antes. Então ela conhece Devon, o cara quase perfeito que... não pode ser dela por motivos que não cabe a mim revelar.

Minha parte preferida mesmo é quando ela finalmente chega à Itália (não vamos fazer comentários maldosos sobre como isso tornou-se possível, né pai da Meg?)
A autora consegue te colocar dentro dos lugares por onde Meg anda, consegue te fazer ver, sentir e ouvir o que ela vê, sente e ouve. Claro que tudo não seria possível se não fosse pela Sofia. E a Nora também (que já morreu vários anos antes).
O "segredo" da Sofia foi a maior surpresa que tive com esse livro. Fiquei triste, com pena, com raiva, e no fim tive que aceitar, pode acontecer com qualquer pessoa.

E o final foi digno de final de livro da Robin. A mocinha toma uma decisão só pra mudar de ideia na última cena e deixar os leitores puxando os cabelos querendo saber que cargas d'águas se passa na cabeça dessas personagens malucas.

Recomendo o livro para certas pessoas que adoram tudo que tem a ver com a Itália e seus italianos.


Título: The Girl in the Glass*
Autora: Susan Meissner
Editora: Waterbrook Press
Ano: 2012
Páginas: 335
Comprar: Amazon / Christianbook



Renaissance is a word with hope infused in every letter.

Since she was a child, Meg has dreamed of taking a promised trip to Florence, Italy, and being able to finally step into the place captured in a picture at her grandmother’s house. But after her grandmother passes away and it falls to her less-than-reliable father to take her instead, Meg’s long-anticipated travel plans seem permanently on hold.

When her dad finally tells Meg to book the trip, she prays that the experience will heal the fissures left on her life by her parents’ divorce. But when Meg arrives in Florence, her father is nowhere to be found, leaving aspiring memoir-writer Sophia Borelli to introduce Meg to the rich beauty of the ancient city. Sofia claims to be one of the last surviving members of the Medici family and that a long-ago Medici princess, Nora Orsini, communicates with her from within the great masterpieces of the Italian Renaissance.

When Sophia, Meg, and Nora’s stories intersect, their lives will be indelibly changed as they each answer the question: What if
renaissance isn’t just a word? What if that’s what happens when you dare to believe that what is isn’t what has to be?




*Recebi esse livro gratuitamente do WaterBrook Multnomah Publishing Group para essa resenha.

Descontrolada (Unglued, de Lysa TerKeurst)

São os adolescentes que andam na calçada como se fossem donos da rua e ainda têm a coragem de me xingar porque um deles esbarrou em mim. ...